ZonaPixel – Finais alternativos funcionam ou não?

Por muito tempo, os games em geral têm buscado e experimentado formas de como apresentar ao público gamer suas histórias. Lá atrás, enquanto estávamos acostumados a clicar em caixas de texto no nosso antigo Super Nintendo, por volta dos anos 90, os desenvolvedores buscaram aproveitar-se de uma nova tecnologia, que fosse possível expandir as histórias além da sua natureza linear. Rapidamente, não se tratava mais em ir apenas do “ponto A ao ponto B.” Nós, Gamers, agora poderíamos chegar a conclusões diferentes das que o amigo ao lado poderia ter tido. Os games estavam começando a utilizar o artifício de múltiplos finais, ampliando assim sua narrativa. Com os jogos cada vez mais adicionando finais e conclusões, e assim, um maior potencial para sua história, pergunto diretamente à você, caro leitor-gamer ou gamer-leitor, whatever… Será este o futuro desse tipo de narrativa? Possuir vários finais é uma coisa boa para a indústria, especificamente? E para nós, gamers, isso é viável? É algo bom ou ruim?

Na foto: Jcesar, Diguinho, EU, Claybon e Michel, numa partida de D&D. #sqn

Há décadas, os jogos têm usado essa artimanha em conter várias conclusões em suas experiências, antes mesmo dos jogos hoje conhecidos como “videogames”. Nos jogos de tabuleiro (ou mesa, como quiser) como em Dungeons and Dragons (D&D) foram construídos sob uma narrativa dinâmica, e que por isso faz sentido retornem na forma de videogames. Enquanto a maioria dos jogadores ficaram satisfeitos ao chegar no final de uma longa jornada, outros podem ter “boas” ou “más” experiências em finais diferentes dos demais. Todos nós lembramos (espero…) do sorriso maroto de Robotnik, e como manipulou as Chaos Esmeralds ao final de Sonic the Hedgehog, caso não tivesse recolhido todas elas durante a sua partida. Ele (o game) simplesmente mantém os jogadores trabalhando para melhorar, superar todos os obstáculos para chegar à conclusão ideal, buscando cada uma das esmeraldas. Em games como Chrono Trigger, foi dado um passo além, ao ter suas decisões afetando diretamente a forma como o jogo poderá terminar.

Hoje, os múltiplos finais nos games servem a um propósito de uma narrativa ainda mais poderosa. Especificamente falando em RPGs como Fable e Mass Effect – jogos que permitem que os jogadores criem seu próprio personagem – vários finais são maneiras adicionais de dar aos jogadores total controle sobre a sua própria jornada. Ao desenhar e projetar seu próprio avatar, exercendo suas próprias escolhas em todo o complexo emaranhado de suas ações, nos permite  sentirmos como se nós mesmos estivéssemos escrevendo ali nossa própria e única história e que nossas decisões, de fato, importam à trama. Cada uma das experiências em particular pode ser completamente diferente das de nossos amigos, porque simplesmente talvez tenhamos seguido por um caminho diferente do que os deles. Games como The Walking Dead conseguiram com seus finais alternativos, personalizar as escolhas feitas pelos próprios jogadores. Você não está seguindo história de outra pessoa; O que está sendo criado ali, naquele momento, é o seu próprio destino fruto de suas próprias ações.

Contudo, diversos finais também tem seus aspectos negativos. A principal crítica, a que de fato e apoio em particular, é que vários finais podem prolongar artificialmente o gameplay, “enganando” os jogadores ao repetirem o mesmo jogo novamente, simplesmente para ver uma conclusão alternativa com ou sem nenhum nexo na narrativa. Este artifício atinge um ponto crítico com Shadow the Hedgehog, o lado sombrio da série Sonic. O jogador pode livremente  escolher quais os objetivos para completar todo o jogo, guiando Shadow para o caminho do bem, mal ou neutro. Depois de completar o jogo, o jogador pode então reproduzi-la para outro fim. O problema é que para alcançar os outros finais, significa repetir níveis por vezes quase idênticos. Esta repetição nos faz chegar aos 10 (dez!!) finais disponíveis, sem o menor sentido de por quê isso tudo, ou que influencia isso traz na narrativa.

Enquanto Shadow the Hedgehog é um bom exemplo de completo tempo de jogo perdido, outras séries como Infamous têm incentivado a longevidade com seus finais alternativos, sem oferecer qualquer diferença no gameplay, porém sob uma perspectiva nova e diferente da anterior. Repetindo através de um novo jogo, após o seu término, sem quaisquer alterações para o jogo pode, contudo, desvalorizar o final alternativo. Em alguns casos, certos jogadores podem deliberadamente ignorar outros finais, por ter que passar por tudo aquilo novamente. A diferença entre games como Infamous e os clássicos do passado é que os games mais antigos incentivam os jogadores a melhorar sempre para chegar a outro final. E assim lhe é proposto: Você deseja repetir Sonic the Hedgehog para aprimorar suas habilidades, encontrar todas as Chaos Esmeraldse completar o jogo para obter o “melhor final? Com Infamous, por outro lado, isso não ocorre na segunda gameplay, pois não há habilidades aprimoradas, os inimigos, os itens e tudo mais são todos iguais. Você está jogando o exatamente o mesmo jogo; Porém, sob uma perspectiva diferente.

Então, o fato de um game conter diversos finais é uma coisa boa ou ruim? Sem dúvida, essa é uma difícil questão. Claro, pode obter um maior poder de escolha ou de ser forçado em melhorar suas habilidades, mas também pode passar horas buscando por um final alternativo que pode não valer a pena todo o esforço gasto em conquistá-lo (ou, na pior das hipóteses, sem o menor sentido ou amarração com a história). Usar vários finais pode ser muito arriscado para os desenvolvedores; As conclusões adicionais precisam de fato valer a pena pelo esforço extra do jogador, para que nós realmente busquemos em obtê-los. Eles jamais podem estar em um game apenas por estar ali, desconexo de tudo; Acreditem em mim, ninguém iria jogar por jogar para buscá-los, se não houver nada de novo ou fora de contexto. Nem mesmo os mais loucos e havidos por troféus/conquistas, como eu! 🙂

E quanto você, caro leitor, o que acha dessa discussão? Você gosta de múltiplos finais em seus jogos ou são simplesmente uma extensão do tempo de jogo? Compartilhe conosco seus pensamentos!

Deixe-os aqui nos comentários!

Texto de:
Fernando Farchoni

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