
*Sem SPOILER!
“Tã, nã, nã, nã, nã, nã, nã, nã, nã, nã, nã, nã nã, nã, nã, Batman! Batman! Batman…”
Olá, amigos do meu, do seu, do nosso GameSphera! Bem vindos a mais um Falando de Games! Pela musiquinha vocês já devem imaginar quem será o tema do mês. Ele pode ter muitas facetas, mídias, intérpretes, uniformes, mas realmente não dá pra falar do Batman sem lembrar a musiquinha tema do antigo seriado de TV! Mas como falamos de games, não de programas de TV, vamos falar sobre uma das franquias mais bem sucedidas no mundo dos games: a série Batman Arkham. Preparados para ser o Batman?

Origens
Como todo mundo já sabe, Batman é um personagem da DC Comics (jura?????) criado por Bill Finger e Bob Kane em 1939. Batman é o alter ego de Bruce Wayne (jura de novo??? kkk) e a menos que você venha de outro planeta, sabe que ele viu seus pais serem assassinados por um assaltante quando ainda era um menino e isso o motivou a ser um justiceiro. Quando cresceu, ele saiu pelo mundo estudando as mentes criminosas e aperfeiçoando técnicas de luta e concentração para combater o crime e fazer justiça. Batman é uma figura controversa por aspectos singulares, primeiro porque que ele não mata, segundo ele é contra o uso de arma de fogo (consequentemente usando aparatos tecnológicos e técnicas de luta não letais) e terceiro ele não possui qualquer poder sobre-humano ou superpoder. Ainda assim, Batman é um dos heróis mais conhecidos do mundo e da cultura pop.

Nenhum super poder, um dos maiores heróis da cultura pop!
Como eu disse lá no começo, o Batman já teve vários filmes, desenhos, gibis, histórias, brinquedos, produtos diversos, além de claro, games. Porém nenhum jogo que tenha marcado a trajetória do personagem de forma significativa. Com o advento de uma nova trilogia do homem-morcego nos cinemas feita brilhantemente por Christopher Nolan, em que se explorou um Batman mais próximo da realidade e muito mais sombrio, além do sucesso dos recentes filmes de super-heróis da Marvel, era passada a hora de um game à altura da popularidade do Batman ser criado e ele veio pelas mãos da Rocksteady Studios, desenvolvedora britânica hoje pertencente a Time Warner e que conseguiu ser nomeado o estúdio do ano em 2009 no Spike Video Game Awards graças ao game hoje considerado um dos melhores da geração passada: Batman Arkham Asylum.

E os games de super-heróis nunca mais seriam os mesmos!
Asylum
Lançado em 2009, Batman Arkham Asylum é baseado diretamente nos quadrinhos e não possui influencia ou cronologia com nenhum dos filmes, com exceção talvez do clima mais sombrio da trilogia Nolan e nada mais. O roteiro ficou a cargo de Paul Dini, responsável pela série animada clássica de 1990 do herói. A trama supercomplexa gira em torno de um plano orquestrado pelo Coringa, que coloca fogo na prisão de Gotham City, a Blackgate, fazendo a polícia transferir temporariamente para Arkham os prisioneiros comuns, entre eles, alguns inimigos do Batman. Como todos sabem, Arkham é uma prisão psiquiátrica, e o Coringa consegue juntar loucos e sãos no mesmo lugar. É brilhante. Como parte do plano ele se deixa capturar e com a ajuda da Arlequina, escapa e toma o controle de Arkham, ameaçando explodir bombas pela cidade caso alguém invada o complexo. Sendo assim, Batman está sozinho para caçar todo mundo parar o Coringa! O objetivo final do Coringa é obter a droga chamada Titan, que está sendo produzida em Arkham e que é baseada na droga Venom, que dá super força ao Bane! A intenção é criar um exército poderoso, injetando a droga nos prisioneiros! Batman precisa usar seu arsenal tecnológico, incluindo uma Batcaverna construída anos antes ali para o caso de uma crise como essa, e toda a sua capacidade de detetive e de se esconder nas sombras para derrotar os prisioneiros, vencer seus maiores rivais e acabar com o plano do Coringa!

Visuais adultos, sensuais e agressivos!
Com um cenário vasto, visual incrível e controles precisos, Batman Arkham Asylum foi talvez um dos games que mais deixou as pessoas curiosas e com “o pé atrás” como dizem, dado o histórico de games ruins baseados em super-heróis, mas felizmente seu sucesso foi na mesma proporção ganhando inclusive versão “Game do Ano”! Vendeu muito e arrendou diversos prêmios, entre eles o BAFTA de Melhor Jogo vencendo um dos grandes favoritos da época: Uncharted 2.
Mas tanta perfeição não foi feita da noite para o dia e a produção se preocupou com cada detalhe. Algumas curiosidades da comunidade virtual argentina Taringa dá conta que somente para a capa do Batman foram dois anos inteiros de trabalho e o site CriticalHits completa dizendo que esse trabalho ficou a cargo de apenas um técnico, foi tipo o trabalho da vida dele dar vida a capa do Batmam (trocadilho horrível…kkk). De acordo com o Taringa, somente a Hera Venenosa possuí 44.674 polígonos e há 324 televisores para serem destruídos em todo jogo. Algo muito interessante de saber é que a visão chamada de “Modo Detetive” é bem similar à forma como os morcegos realmente “enxergam”, ou seja, eles pensaram em tudo!
Um jeito diferente de “ver” as coisas…
O jogo também é cheio de easter eggs, segredos escondidos e espalhados, como os manequins do Coringa com TV no lugar da cabeça que fala sobre importantes sagas dos quadrinhos ou sobre personagens do universo Batman e o corpo de Ra’s Al Ghul que aparece no necrotério, mas depois desaparece, porque supostamente foi resgatado por seus seguidores.

Imortal?
Tudo bem que Batman Arkham Asylum já não é mais novidade, mas quem jogou sabe que vale o repeteco e para quem ainda não teve a chance de jogar e ainda está na geração passada, esse game é obrigatório!
City
Acreditando em seu potencial, Arkham foi concebido para ser uma trilogia e o sucesso de Asylum garantiu a segunda parte, chamada de Batman Arkham City. Com o desafio de manter o sucesso do antecessor, esse game conseguiu a proeza de poucos: ser ainda melhor! Lançado em 2011, ganhou quatro prêmios no Spike Video Games Awards daquele ano: melhor jogo adaptado, melhor jogo de ação e aventura, melhor jogo para Xbox 360 e melhor personagem.

Mais desafios, mais vilões e mais ação!
Depois de explorar um hospital imenso com ambientes variados, inclusive no subterrâneo, o cenário se expande e o famoso conceito de “mundo aberto” chega à saga ampliando a campanha e trazendo inúmeros desafios paralelos, as chamadas missões secundárias. Porém, segundo Dax Ginn, diretor de marketing da Rocksteady, o objetivo de Arkham City nunca foi ser o maior jogo de mundo aberto, mas o mais detalhado.

Dax Ginn
O enredo conta que depois dos eventos em Arkham Asylum, o prefeito de Gotham murou um conjunto de bairros e o transformou em prisão: a Arkham City. Ainda em consequência de sua busca pela droga Titan, o Coringa está doente e também contamina Batman para persuadi-lo a encontrar a cura, que vai cruzar com Mr. Freeze, Pinguim, Duas Caras, Mulher Gato, Ra’s Al Ghul, Robin e outros personagens, além de mais novidades tecnológicas e os amados e odiados DLC’s (Com uma aventura da Mulher Gato e também com a vingança da Arlequina)

A cidade do crime!
São pelo menos 40 horas de jogatina e uma cidade inteira para explorar! O Taringa também publicou uma lista de curiosidades e a mais louca delas é que, depois de passar pelo Joker Funy House se você voltar lá irá encontrar a fantasia da Arlequina do game anterior e um teste de gravidez positivo. Nos créditos, depois de terminar o game, o Coringa canta uma canção de ninar. Seria um bebê Joker a caminho? (Mas o alarme ou foi falso ou o teste falhou (ou a Rocksteady desistiu da ideia), porque na DLC da Arlequina, em determinado momento se vê outro teste de gravidez, mas negativo).
Bebê Joker?
Batman Arkham City é o episódio mais bem sucedido da franquia, alcançou impressionantes 96 pontos no Metacritic ante 91 de Asylum, 76 de Origins (todos de PS3) e 88 de Knight (PS4).
Origins
Batman Arkham Origins como o nome propõe, se passa antes dos acontecimentos de Asylum e não foi produzido pela Rocksteady, mas pela Warner Bros Games Montreal e foi lançado em 2013. É clara a tentativa de lucrar em cima do sucesso da franquia, os mecanismos são praticamente os mesmos e não houve muita evolução ou novidade. A Rocksteady, inclusive, não o considerou na cronologia da saga principal, apesar de terem dado certa assistência à Warner Bros Games Montreal, e manteve a proposta inicial de uma trilogia fechada com o lançamento de Batman Arkham Knight. Origins funciona então como uma espécie de spin-off. É véspera de natal e uma recompensa pela cabeça do mais novo justiceiro de Gotham é oferecida pelo vilão Máscara Negra. Isso atrai à cidade os oito maiores assassinos de que se tem notícia. O Batman ainda não é reconhecido como herói e a polícia local também vê seus atos com desconfiança.

Batman Arkham Origins traz como únicas novidades a estreia do Batwing, que não pode ser controlado, mas é usado para viajar pelo mapa, o modo multiplayer e alguns vilões menos conhecidos como o próprio Máscara Negra. Apesar de não ter sido aclamado pelo mundo gamer, o jogo foi bem recebido pela crítica e garante boa horas de diversão com a campanha principal, as missões secundárias e o já citado modo multiplayer.

Em 2013 também foi lançado Batman Arkham Origins Blackgate para Nintendo 3DS e Playstation Vita. O game foi feito pela Armature Studio e se passa depois de Batman Arkaham Origins. Nele, após uma rebelião em na prisão Blackgate, Batman é chamado para colocar ordem no lugar. A mecânica é semelhante ao jogos da série apesar de ter feito praticamente do zero. Uma versão melhorada foi lançada posteriormente para PS3, Xbox 360, Wii U e PC.
Knigth
Estreando na nova geração e fechando a “trilogia” da Rocksteady, Batman Arkham Knigth foi lançado no final do mês passado (junho/2015) com a responsabilidade de fechar a saga com chave de ouro e satisfazer as expectativas dos gamers, que o tem como um dos lançamentos mais aguardados do ano!
Arkham Knigth é um game audacioso e a Rocksteady se colocou à prova. Primeiro que dispensaram o Paul Dini, roteirista dos dois primeiros games e preferiram usar um time de roteiristas próprios. Também introduziram um vilão inédito, o Arkham Knight do título e pela primeira vez temos o Batmóvel que não serve apenas como transporte, mas como auxílio na solução de enigmas e avanços dentro da história. O enredo nos conta que o Espantalho sobreviveu ao Arkham Asylum e juntamente com o Arkham Knigth pretende lançar em pleno Halloween a toxina do medo para causar a destruição de Gotham. Algo bem semelhante ao plano de Ra’s Al Ghul no filme Batman Begins, diga-se. Na verdade o plano com a toxina é mais coisa do Espantalho, enquanto a verdadeira intenção do Arkham Knight é matar o Batman.

Por que Arkham Knight odeia tanto o Batman e quer mata-lo?
Vocês vão ter que jogar para descobrir
Este que vos fala já está com o game em mãos e curtindo muito. A impressão que tenho é que o Batman “cresceu”! O jogo evoluiu muito. Está mais fluído, mais bonito, mais sombrio, tanto que recebeu classificação indicativa para maiores de 17 anos, algo inédito na série. Os movimentos estão mais fáceis e você pode explorar o dito “mundo aberto” inclusive com as possibilidades já conhecidas de seguir o enredo ou fazer missões paralelas. A única coisa que particularmente achei complicado foram os menus de armas e up grades, que inclusive são muitos, o que claramente demanda mais tempo fazendo missões paralelas e treinos para juntar pontos. O Batmóvel é bem divertido, mas muito “liso”, não encontro outro palavra para descrever! É muito leve e você demora um pouco para pegar o jeito e não sair derrapando e destruindo tudo! Ele é indispensável para destruir alguns tanques espalhados pela cidade e em momentos chaves é necessário para puxar cabos, elevadores e abrir buracos em paredes ao estilo hollywoodiano! Eu não sou perito em games de corrida, então vou me virando como posso. Ele ejeta o Batman para iniciar voos pela cidade e pode ser chamado a qualquer momento, unindo mais funções aos botões e complicando um pouco mais a vida das pessoas sem coordenação motora para alguns games como eu… kkkk! Mas o game em si é excelente! Como a cidade foi evacuada, ela está relativamente vazia, mas os capangas vão aparecendo, inclusive eles também usam carros e chegam atropelando você se não tomar cuidado. Alguns fogem ao ver o Batmóvel. O efeito de chuva é muito bom e clima sombrio como um todo é sensacional. Resumindo: vale à pena!

Seja o Batman
Se fosse para resumir a saga Batman Arkham em uma palavra eu diria: imersão! Esse é o segredo do sucesso dela e o norte seguido pela Rocksteady desde o início. Você não comanda o Batman, você se torna o Batman, você é o Batman e sair fazendo combos socando porrada nos bandidos de Gotham é muito legal sem necessariamente fazer apologia a violência, pois lembrem-se: o Batman não mata! Eu adoro aqueles momentos que você precisa limpar uma área cheia de capangas sem ser visto, furtivamente! Com certeza essa é uma das sagas mais legais dos games eu recomendo muito! Jogue e rejogue cada um dos títulos dessa série fantástica e seja o Batman sem medo de ser feliz. Sombriamente feliz!
Um grande abraço e até a próxima!
*Por Rodrigo Joker
