Review – Oxenfree

Pela descrição à seguir, pode até sugerir algo muito comum: Um grupo de adolescentes rumam para uma ilha abandonado para uma noite de festa. Logo, coisas estranhas começam a acontecer. E assim, resolvem vasculhar por onde não deveriam e, acidentalmente acordam uma força sobrenatural há muito adormecida. Como um típico trhiller dos anos 80, eles se separam e descobrem segredos inimagináveis sobre a ilha misteriosa.

No entanto, Oxenfree é tudo isso, menos genérico. É recheado de inspiração e sugestões de filmes antigos e jogos de terror de sobrevivência, brincando com suas referências. Ele lida muito bem com o seu próprio estilo e humor, muito sincero e especial. Não chega à ser exatamente um jogo de “terror”. Longe de ser um jogo como P.T. ou Outcast, por exemplo. Aqui em Oxenfree, o desconforto e tensão são mais eficientes do que sustos.


Oxenfree começa com um grupo de adolescentes que resolvem festejar em uma ilha turística (e base militar!), perto de sua cidade natal. Testando uma lenda  urbana que envolve sinais e frequências de rádio e uma caverna assustadora. Acidentalmente desencadeiam uma entidade misteriosa que parece ter uma estranha relação temporal e cheio de más intenções com os jovens.
É preciso deixar claro que Oxenfree possui uma jogabilidade muito tranquila. Não há quebra-cabeças a resolver, não há QTEs (Quick Time Event) ou nenhum chefe para enfrentar. Trata-se de um jogo decisões e com muito diálogo. Cada opção de conversa é representada por balões de texto coloridos e que você escolhe com um toque, na mesma disposição dos botões (X, Y e B) do controle. Um belo  efeito estéticos das respostas nos balões. Alex (a protagonista) é uma adolescente com uma carga emocional bem pesada antes da coisa toda começar a acontecer a ilha assombrada.

Os protagonistas conversam durante a caminhada para a praia, atravessando a floresta, enquanto explora uma base militar abandonada, e assim a conversa segue naturalmente.
Felizmente, os jovens de Oxenfree são agradavelmente simpáticos e suas conversas não são entediantes ou chatas. Pelo contrário. Há muito envolvimento na história por conta disso. Com um excelente roteiro por trás da trama e algumas performances de dublagens surpreendentes, os adolescentes envolvem o jogador como nunca nesse passeio no bosque, digo, na ilha. Eles são espertos, engraçados, e surpreendentemente sensíveis.


Alex, a protagonista principal, é uma garota brilhante tentando redefinir a si mesma depois de uma perda que a abalou significativamente. Seu meio-irmão Jonas é um badboy do bairro, embora extremamente diferente dos que estamos acostumados a ver na televisão. Seu melhor amigo, Ren é um cara estranho que lida com seu estresse pessoal com humor (excelentes tiradas, por sinal). Clarissa é menina mais centrada do grupo, sempre pronta com uma resposta afiada na ponta da língua. E por fim, Nona, uma jovem tímida e a mais fraca de todo o grupo, em termos de desenvolvimento.

Em Oxenfree, é impossível deixar de ficar encantado com o grupo. E adicionando a questão sobrenatural ao enredo e a forma como recaem sobre todos ali, é justamente aí onde o jogo diz à que veio. Oxenfree o faz apegar-se aos personagem de uma forma em que situações estranhas ocorrem, que deixa o jogador de fato muito preocupado com o desenrolar do mistério.
Além de conversar (e muito…), a outra principal ação que você faz em Oxenfree é sintonizar através de um rádio portátil. A qualquer momento, você pode sacar o seu radinho de bolso e percorrer os canais, encontrando estáticas, bandas dos anos 40 e o murmúrio sinistro, de arrepiar os cabelos do braço!

Espalhados por todo o jogo, existem várias estações de informações turísticas para sincronizar no seu rádio, que revelam detalhes da história sobre a ilha, bem como as anomalias de áudio secretas que funcionam como colecionáveis. Estas transmissões parecem estar vindo de outro tempo ou uma realidade alternativa. Extremamente assustadoras, graças ao excelente trabalho de áudio no jogo.
Oxenfree é um jogo descontraído e despretensioso. A grande maioria da experiência se dá apenas em andar com os seus amigos, seguir as marcações através das anomalias de áudio pelo rádio e conversas sobre a escola, fofocas, etc. De fato, ele é bem curto. Cerca de 4 a 5 horas de jogo, que podem perfeitamente ser jogado em uma única tacada, caso não se preocupe com os colecionáveis.

Como já disseram por ai, Oxenfree é um simulador de caminhada. Excelente por assim dizer. Com pitadas de terror psicológico e sobrenatural, não necessitando de nenhum banho de sangue ou sustos sem contexto. Ele soube criar essa atmosfera sinistra, suficientemente fazendo com que não perca a vontade de explorar suas florestas e bases militares em ruínas.

Definitivamente, é um simulador de caminhada que você deve jogar. O fato de estar integralmente em inglês, pode haver uma certa resistências aos que não estão familiarizados com ela, tornando-o cansativo e sem entender grande parte do enredo.


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