
Mass Effect Andrômeda chegou como sendo o primeiro jogo da saga para a geração atual, a parte da trilogia original. Mesclando alguns aspectos e elementos de seus antecessores, com novas idéias, de fato, se mostra como o mais ambicioso de toda a série Mass Effect.
Mas não por isso, apresenta alguns defeitos. Sabemos por aí que apresenta inúmeras falhas técnicas, principalmente quando o assunto é animação facial. A internet está repleta de imagens e gifs com verdadeiras aberrações. É profundamente lamentável que isso ocorra com um jogo tão esperado como este…

Jogamos a versão do Xbox One, que graficamente fica abaixo das demais, e que pouco impressiona ou gera empolgação, quando se prometia justamente ao contrário. Mesmo que o design de alguns elementos presente no jogo seja de tirar o folego, como a arquitetura alienígena, modelos de péssima qualidade e texturas com problemas de resolução sempre irão lhe assombrar durante o gameplay.
Embora a questão gráfica seja importante, na nossa opinião, o que sustenta mesmo são os elementos de RPG e a qualidade narrativa. Como na trilogia anterior, é possível com um personagem feminino ou masculino, desta vez na forma de Ryder, mas sob um aspecto diferente. Nos jogos anteriores só existia um Sheppard – feminino ou masculino -, mas em Mass Effect: Andrômeda ambos estão presentes no mesmo universo porque são irmãos gémeos!

Sem querer revelar demais do enredo, eis um resumo bem genérico. Algumas das principais espécies da Via Láctea – Humanos, Krogan, Turian, Asari, e Salarian – embarcaram numa viagem de mais 600 anos para chegarem até à galáxia de Andrômeda, tudo com o objetivo de encontrarem um novo lar (para quem não se recorda, isto começa antes da invasão dos Reapers em Mass Effect 3). Quando a expedição chega ao aglomerado Heleus, e a tripulação acorda, tudo começa a dar errado, inclusive em Habitat 7, o mundo selecionado pelos humanos, para seu novo lar, que está mergulhado em relâmpagos constantes e uma raça alienígena hostil.

Toda essa base da história possui seus momentos interessantes, mas não chega aos pés da narrativa da trilogia original. Mass Effect: Andrômeda tem uma estrutura muito parecida com a de Dragon Age: Inquisition, uma vez que não é um jogo em mundo aberto, mas sim dividido em enormes áreas. É possível perder muitas horas só explorando um planeta, onde encontramos bases inimigas, missões secundárias, e outras curiosidades.
Um dos pontos altos que merece destaque no novo Mass Effect é o combate. A Bioware construiu um novo sistema que permite explorar um grande número de opções táticas e estilos de jogabilidade, das quais só vimos algumas durante a campanha acima de 7 horas de jogo. As habilidades estão disponíveis em árvores de combate, biótica e tecnologia. Podem escolher um poder de cada árvore, por exemplo, mas cada habilidade pode depois ser melhorada através de pontos a serem gastos.

Em relação aos controles em si, funcionam muito bem, embora sejam diferentes dos capítulos anteriores. Por exemplo, antes correr e entrar em cobertura era tudo com o mesmo botão, mas em aqui em Andrômeda a cobertura é feita de forma automática – basta chegar perto de uma cobertura que o personagem se protege. Uma outra grande novidade é a introdução do Jetpack, que acrescenta maior verticalidade à jogabilidade. Com ele podemos saltar mais alto e planar por alguns instantes
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Outra mecânica nova para este Mass Effect é o sistema de pesquisa e desenvolvimento, uma ferramenta que podem usar ao explorar novos mundos, catalogando a fauna local, flora, inimigos, estruturas e artefatos. A grande maioria destas análises são opcionais, mas se dedicarem tempo suficientes a estes procedimentos podem melhorar as condições do Nexus e receber alguns bônus extra.

Ainda como elemento opcional, temos o multiplayer cooperativo. Nesse modo, existe uma certa ligação com a campanha principal, embora não como em Mass Effect 3. Aqui, até quatro jogadores podem unir forças para combater inimigos controlados pela inteligência artificial e cumprir certos objetivos. Existem várias classes, mas inicialmente apenas humanos estará liberada, e só depois poderemos desbloquear outras raças. Não percebemos nenhum problema com a conexão, no Xbox One. Entretanto, parece que há relatos de falhas de conexão para quem está jogando no PC.

Mass Effect: Andrômeda é um jogo enorme e relativamente bom no que se propõe, mas embora o DNA da série, não consegue trazer a mesma experiência rica e imersiva de seus antecessores. A base da história é interessante, mas com passar do tempo começamos a percorrer e revisitar caminhos já trilhados e o foco se perde um pouco. Notem que não estamos dizendo que seja um jogo ruim. Existem momentos que fazem lembrar porque adoramos os jogos da Bioware, mas após umas 10 horas, conseguimos de deixar passar a sensação de que Andrômeda poderia ter sido muito mais do que é.
O maior desapontamento foi surgir, já no lançamento, diversos problemas técnicos, aspectos gráficos e desempenhos abaixo do esperado. Nem de longe foi isso que gostaríamos de jogar. Porém, mesmo não sendo um jogo fraco, afinal é Mass Effect, não é tão forte quanto a trilogia original. Apensar de tudo o que foi dito, ainda nos guarda uma boa aventura espacial e que merece sim ser explorada pelos fanáticos que curtem uma boa narrativa Sci-Fi.
Jogamos a versão antecipada no Xbox One, através do EA Access.
