
A gigante Ubisoft, responsável por boa parte dos jogos de mundo aberto da atualidade, arrisca-se muito pouco em inovação, em detrimento de quantidade e fórmulas batidas ao invés de excelência na qualidade. E Ghost Recon: Wildlands não foge à regra.

Nele, o governo boliviano e o seu povo pacato e sofrido estão sob o domínio do medo e do terror do cartel Santa Blanca, um cartel mexicano que decidiu investir e expandir seus tentáculos em diversas áreas de influência, como na religião, redes sociais, agentes corruptos e lugares de poder. Isso possibilitou ao Santa Blanca atuar livremente na Bolívia. O cartel é comandado por “El Sueño“, que delegou as principais funções aos seus comandados de confiança. Cada um deles (26, no total) é responsável especificamente por cada ramo dentro da quadrilha, como distribuição, segurança, produção e propaganda. Como membro das forças especiais americanas, cabe ao jogador desmantelar o cartel Casa Branca peça por peça. O jogador possui completa e total liberdade para agir quando, como e por onde começar sua caçada, visando não apenas a destruição do Cartel, mas do próprio “El Sueño“.

Vale lembrar que o enredo que não evolui muito mais além disso. Mas de uma forma ou outra, não poderia ser muito diferente… Wildlands proporciona uma experiência cooperativa bem competente.
A maior parte do tempo, o jogo transcorrer na ação furtiva, mas quando dá tudo errado, existe sempre alguém que é detectado e o alerta geral é acionado. Quando isso ocorre, existem vários tipos de acessórios e equipamentos, incluindo os próprios drones, que ajudam a equilibrar o combate ao marcar os inimigos no mapa, revelando assim suas posições.

Um dos elementos de maior destaque em Wildlands é o cenário da Bolívia. As montanhas, as cidades, a ambientação em geral está muito bem trabalhada. E para acessar todas estas áreas e regiões, temos a adição de veículos, de motos a helicópteros. A física dos veículos deixa um pouco a desejar, mas isso não chega a atrapalhar a jogatina.

A jogabilidade é boa em quase todos os momentos, principalmente na coordenação furtiva. É uma sensação fantástica quando tudo corre como planejado. Porém, as falhas técnicas e o desempenho oscilante são problemas constantes. Jogamos a versão de Xbox One e encontramos (ainda hoje) diversos bugs, e por vezes, o jogo simplesmente cai e vai para off-line, o que honestamente não é totalmente inesperado. É um jogo em mundo aberto com muitas possibilidade, com a dificuldade regulada para quatro jogadores. Novamente, esperemos que a Ubisoft melhore o desempenho e algumas correções de bugs bizarros no jogo, através de atualizações.

Sabemos que a Ubisoft possui grande experiência em jogos em mundo aberto, mas também em qualidade gráfica. E Ghost Recon: Wildlands apresenta uma excelente qualidade gráfica. Existem algumas tomadas impressionantes, sobretudo a bordo do helicóptero ou em algumas das maiores montanhas do jogo. O design das missões pode decepcionar um pouco, porque pode ser repetitivo. Mesmo que existam inúmeras maneiras de agir.

Ele chega a ser fácil, para os jogadores mais experientes e por isso possa ser mais interessante alterar a dificuldade, pois é possível massacrar bases inteiras apenas com uma sniper, uma rifle de assalto e drone. Quanto à jogabilidade solo, funciona bem e a inteligência artificial não atrapalha a experiência. Entretanto, Wildlands brilha mesmo quando jogamos com a equipe completa, com mais três jogadores – e com chat ativo, claro.

E sim, existem várias microtransações, passes de época e todo esse conteúdo extra que é possível pagar. Como não é imprescindível para o desenrolar da história e em nada atrapalha a jogabilidade, podemos passar direto sobre esse ponto.
De fato existem várias falhas em torno de Ghost Recon: Wildlands, mas que foram encontradas após horas de diversão em grupo e por vezes em aventuras solo. A sensação de liberdade de ação e exploração das localizações no terreno boliviano é o auge em Wildlands.
