
Visão Geral
É realmente incrível como a TT Games é capaz de fazer com que as suas adaptações de licenças e mundos já conhecidos ao universo da Lego sejam tão divertidos e legais de serem jogados. Bastam alguns minutos para percebermos que a versão de Lego The Hobbit faz justiça e segue à risca a visão de Peter Jackson da Terra Média. É extremamente gratificante quando olhamos pela primeira vez para as versões em Lego do Condado e de Valfenda. Belíssimos, mesmo em se tratando de peças de Lego!
Foram incluídos 100% dos cenários do filme e, recriados na nova geração, o jogo até apresenta um nível gráfico acima da média, com texturas e efeitos de luz de qualidade. O áudio também soa bastante familiar para quem acompanhou de perto os filmes, graças a efeitos sonoros e à trilha sonora original. Se curtem a saga criada por Tolkien, vão sem dúvida nenhuma se deliciar com Lego The Hobbit.

Em termos de jogabilidade, porém, não nenhuma grande inovação e tudo é muito familiar para quem já jogou os outros títulos da Lego. Basicamente vão enfrentando grupos de inimigos com uma inteligência básica, com pouco desafio, enquanto destroem objetos para recolher peças Lego e resolvem alguns puzzles simples.
Milhares de peças LEGO
Como sempre, o elenco de personagens jogáveis é prazerosamente longo e extenso e permitirá que jogue com quase todas as figuras relevantes (e até desconhecidas) dos filmes. Isto inclui os anões, Gandalf, Legolas e claro, o próprio Bilbo, e muito mais. Mas nem tudo são flores… Existem alguns momentos em que existem várias figuras na tela, e fica difícil perceber o que se passa e acompanhar o nosso personagem. A batalha entre anões e orcs é particularmente confusa, com centenas de figurantes Lego no fundo e vários orcs e anões correndo de um lado para o outro. Nesta seção, inúmeras vezes irá morrer, principalmente porque com toda a confusão fica difícil identificar onde estávamos ou o para onde ir.

Para nossa felicidade, o jogo não é sempre assim, confuso. Normalmente os personagens são divididos em pequenos grupos, com habilidades específicas. Por exemplo, um grupo pode subir a montanha, enquanto outro vai por um caminho alternativo. Eventualmente devem trabalhar em conjunto para seguir adiante. É um jogo focado principalmente na colaboração entre os personagens, mesmo que estejam jogando sozinho, como normalmente são os jogos da Lego.
Nos últimos anos, a TT Games tem optado por incluir diálogo nos seus jogos, o que deixou alguns jogadores meio divididos. Mas esse fato não chega à atrapalhar ou descaracterizar a série. Pelo contrário, na minha opinião, ajuda a desenvolver e a contar a história. Seja como for, a narrativa de Lego The Hobbit é longa e inclui várias linhas de diálogo.
Inovações
Embora siga basicamente a mesma estrutura nos outros jogos da série, Lego The Hobbit tem as suas próprias características diferenciadas. Uma delas é o sistema de criação de equipamento, algo a que os anões são mestres. Para construírem tais peças e acessórios é preciso de encontrar materiais, como madeira, pedra e ferro. Todos esses materiais estão espalhados com abundância por todas as fases, algumas mais outras menos, mas não acaba sendo um problema para recolher os recursos necessários para construir algo.
Com esse sistema, o jogo pode se arrastar um pouco mais do que o normal, caso deseje fechá-lo com 100% ou platiná-lo.

O mundo de Lego Hobbit é vasto e está recheado, não só de peças e de recursos, mas também de personagens e itens colecionáveis. Existem várias missões secundárias ao longo da história. Elas não são fundamentais ao enredo, porém acrescentam conteúdo e permitem conhecer algumas pequenas histórias paralelas.
Lego The Hobbit é baseado nos dois primeiros filmes da nova trilogia, ou seja, Uma Viagem Inesperada e A Desolação de Smaug. O último filme da série A Batalha dos Cinco Exércitos ficou de fora, mas é possível que venha como um DLC no futuro. Vamos aguardar.

Resultado Final
Resumindo, Lego The Hobbit poderia ter sido muito melhor se fosse lançado já com os 3 episódios no disco, caso tivesse aguardado um pouco mais e com isso nos pouparia também um certo espaço de tempo entre outros títulos Lego (afinal trata-se do terceiro jogo da Lego em seis meses!).

Autor: Fernando Farnochi